O maior mito da comunicação interpessoal: qual era a questão de Mehrabian?
O que ouvimos (o que sabemos)
Talvez você tenha ouvido dizer que as pessoas se comunicam usando três canais: verbal, tom de voz e linguagem corporal e que cada canal transmite uma quantidade específica de informações. Muitas pessoas aceitam isso como verdade, especialmente porque é comprovado por pesquisas. Nessas pesquisas, números concretos são mencionados, ou seja, 7% da comunicação é linguagem, 38% é tom de voz e 55% é linguagem corporal. Essas pesquisas foram conduzidas pelo psicólogo Albert Mehrabian em 1967.
Confrontando o experimento com a realidade
No entanto, vamos pensar mais profundamente sobre se isso é verdade. Se há tão pouco comunicado nas palavras, como é possível ouvir programas de rádio ou ter conversas telefônicas bem-sucedidas, nas quais nos comunicamos efetivamente?
Imaginemos uma situação assim. Estamos assistindo às notícias na TV, onde Justyna Pochanke ou Piotr Kraśko apresentam fatos importantes e nós silenciamos o som. Seríamos capazes de entender tudo? Provavelmente não, talvez saibamos do que se trata a discussão, mas não podemos captar detalhes. Da mesma forma, ao observarmos duas pessoas conversando e gesticulando a uma distância de 50 metros, podemos talvez avaliar o relacionamento delas, se estão se divertindo ou discutindo, mas é difícil fazer uma análise mais profunda. Os exemplos podem ser multiplicados.
O que Mehrabian realmente queria dizer?
Essa confusão pode ser facilmente explicada se explorarmos a pesquisa do professor Mehrabian. De fato, esse psicólogo conduziu pesquisas e realmente mencionou as proporções de 7-38-55. No entanto, esses números não tinham nada a ver com a quantidade de informações transmitidas por diferentes canais. Para entender melhor, vamos ver como os experimentos foram conduzidos, ou seja, dois experimentos.
No primeiro experimento, foi estudada a relação entre o conteúdo da fala e o tom de voz.
Eram apresentadas (em fita) palavras isoladas que eram neutras, negativas e positivas, com três tons de voz diferentes. A pessoa que ouvia deveria avaliar se a mensagem era positiva ou negativa, ou seja, que emoções o falante expressava.
O segundo experimento foi ainda mais interessante, pois os participantes ouviam apenas palavras isoladas, como "ótimo", "talvez", "não", pronunciadas com diferentes tons de voz (positivo, negativo, neutro) e também viam fotos de rostos com diferentes expressões faciais, e sua tarefa, semelhante à anterior, era determinar a emoção do falante.
O objetivo do experimento foi investigar em que nos baseamos (palavras, tom de voz ou expressão facial) ao receber uma mensagem que é incongruente. Com base nos dados desses experimentos, surgiram esses três números famosos. Apenas mulheres participaram do experimento e havia apenas 137 delas. Além disso, apenas palavras isoladas, tom de voz e expressões faciais foram examinadas, ignorando completamente o restante da linguagem corporal.
Apesar das várias limitações do experimento de Mehrabian, ele provou que confiamos mais na expressão facial e no tom de voz do que nas palavras, quando há incongruência. Por exemplo, quando uma pessoa diz que está tudo bem, mas tem um rosto triste e diz isso baixinho, acreditaremos mais facilmente que a pessoa está triste.
Como podemos usar isso?
A partir do experimento, aprendemos que transmitimos informações por três canais e se as palavras, a linguagem corporal e o tom de voz estão transmitindo mensagens diferentes, ocorre uma falta de congruência. Se estamos incongruentes, nossa mensagem, apesar de nossas boas intenções, não será recebida da maneira que esperamos. Em segundo lugar, também podemos ser percebidos como pessoas desonestas. Portanto, vale a pena começar a observar tanto nossa própria linguagem corporal quanto a de outras pessoas, e tirar conclusões. No começo, isso pode parecer difícil, mas com o tempo se tornará um hábito e se tornará mais fácil. É simplesmente uma questão de treinar um novo filtro de percepção para nos comunicarmos melhor. Um exercício interessante também é assistir TV sem som e tirar conclusões apenas com base na linguagem corporal. É melhor encarar isso como um jogo, do qual poderemos obter muitos benefícios.
O que ouvimos (o que sabemos)
Talvez você tenha ouvido dizer que as pessoas se comunicam usando três canais: verbal, tom de voz e linguagem corporal e que cada canal transmite uma quantidade específica de informações. Muitas pessoas aceitam isso como verdade, especialmente porque é comprovado por pesquisas. Nessas pesquisas, números concretos são mencionados, ou seja, 7% da comunicação é linguagem, 38% é tom de voz e 55% é linguagem corporal. Essas pesquisas foram conduzidas pelo psicólogo Albert Mehrabian em 1967.
Confrontando o experimento com a realidade
No entanto, vamos pensar mais profundamente sobre se isso é verdade. Se há tão pouco comunicado nas palavras, como é possível ouvir programas de rádio ou ter conversas telefônicas bem-sucedidas, nas quais nos comunicamos efetivamente?
Imaginemos uma situação assim. Estamos assistindo às notícias na TV, onde Justyna Pochanke ou Piotr Kraśko apresentam fatos importantes e nós silenciamos o som. Seríamos capazes de entender tudo? Provavelmente não, talvez saibamos do que se trata a discussão, mas não podemos captar detalhes. Da mesma forma, ao observarmos duas pessoas conversando e gesticulando a uma distância de 50 metros, podemos talvez avaliar o relacionamento delas, se estão se divertindo ou discutindo, mas é difícil fazer uma análise mais profunda. Os exemplos podem ser multiplicados.
O que Mehrabian realmente queria dizer?
Essa confusão pode ser facilmente explicada se explorarmos a pesquisa do professor Mehrabian. De fato, esse psicólogo conduziu pesquisas e realmente mencionou as proporções de 7-38-55. No entanto, esses números não tinham nada a ver com a quantidade de informações transmitidas por diferentes canais. Para entender melhor, vamos ver como os experimentos foram conduzidos, ou seja, dois experimentos.
No primeiro experimento, foi estudada a relação entre o conteúdo da fala e o tom de voz.
Eram apresentadas (em fita) palavras isoladas que eram neutras, negativas e positivas, com três tons de voz diferentes. A pessoa que ouvia deveria avaliar se a mensagem era positiva ou negativa, ou seja, que emoções o falante expressava.
O segundo experimento foi ainda mais interessante, pois os participantes ouviam apenas palavras isoladas, como "ótimo", "talvez", "não", pronunciadas com diferentes tons de voz (positivo, negativo, neutro) e também viam fotos de rostos com diferentes expressões faciais, e sua tarefa, semelhante à anterior, era determinar a emoção do falante.
O objetivo do experimento foi investigar em que nos baseamos (palavras, tom de voz ou expressão facial) ao receber uma mensagem que é incongruente. Com base nos dados desses experimentos, surgiram esses três números famosos. Apenas mulheres participaram do experimento e havia apenas 137 delas. Além disso, apenas palavras isoladas, tom de voz e expressões faciais foram examinadas, ignorando completamente o restante da linguagem corporal.
Apesar das várias limitações do experimento de Mehrabian, ele provou que confiamos mais na expressão facial e no tom de voz do que nas palavras, quando há incongruência. Por exemplo, quando uma pessoa diz que está tudo bem, mas tem um rosto triste e diz isso baixinho, acreditaremos mais facilmente que a pessoa está triste.
Como podemos usar isso?
A partir do experimento, aprendemos que transmitimos informações por três canais e se as palavras, a linguagem corporal e o tom de voz estão transmitindo mensagens diferentes, ocorre uma falta de congruência. Se estamos incongruentes, nossa mensagem, apesar de nossas boas intenções, não será recebida da maneira que esperamos. Em segundo lugar, também podemos ser percebidos como pessoas desonestas. Portanto, vale a pena começar a observar tanto nossa própria linguagem corporal quanto a de outras pessoas, e tirar conclusões. No começo, isso pode parecer difícil, mas com o tempo se tornará um hábito e se tornará mais fácil. É simplesmente uma questão de treinar um novo filtro de percepção para nos comunicarmos melhor. Um exercício interessante também é assistir TV sem som e tirar conclusões apenas com base na linguagem corporal. É melhor encarar isso como um jogo, do qual poderemos obter muitos benefícios.
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