As causas dos distúrbios de personalidade
O surgimento de um transtorno de personalidade é uma consequência da influência de fatores biológicos, genéticos e psicossociais desfavoráveis (muitas vezes negligência e rejeição por parte dos cuidadores). Até recentemente, a atenção dos pesquisadores estava concentrada nos aspectos familiares (por exemplo, passagem desfavorável por diferentes estágios do desenvolvimento, falta de satisfação da necessidade de segurança, níveis elevados de tensão e conflito na família). Atualmente, os fatores genéticos estão despertando cada vez mais interesse. Os primeiros sintomas dos distúrbios de personalidade geralmente são observados no final da infância ou na adolescência, embora sejam diagnosticados mais frequentemente na idade adulta. Isso ocorre com base no pressuposto de que, durante a formação da psique do jovem, a capacidade de lidar construtivamente com dificuldades encontradas pode se desenvolver e as irregularidades percebidas na adolescência podem não se desenvolver em distúrbios de personalidade.
Como é feito o diagnóstico?
Mais frequentemente com base em uma entrevista psiquiátrica detalhada do paciente e, sempre que possível, de pessoas próximas. Os testes psicológicos podem ser usados como complemento. Também é necessário excluir a presença de outros distúrbios mentais ou condições mórbidas, como lesões cerebrais, que podem ser a causa de comportamentos prejudiciais.
Quando suspeitar de transtornos de personalidade em uma pessoa próxima?
Vale a pena observar se os seguintes critérios estão presentes:
- Atitudes e comportamentos nitidamente dissonantes, geralmente envolvendo muitas áreas de funcionamento, incluindo sensibilidade ou irritabilidade – pessoas com transtorno de personalidade tendem a se comportar de forma excessivamente agressiva durante uma conversa comum, podem gritar, ser exigentes; - O padrão de comportamento inadequado é duradouro e não se limita a episódios de doença mental; - O padrão de comportamento é global e claramente mal adaptado a várias situações individuais e sociais – uma pessoa com transtorno de personalidade não se conforma com normas comuns, nem presta atenção aos sentimentos dos outros em situações em que isso é esperado, por exemplo, diz palavras ofensivas a alguém em uma situação difícil da vida, em vez de oferecer apoio; - As dificuldades mencionadas sempre estão presentes na infância ou adolescência e persistem na idade adulta; - Os distúrbios levam a um sentimento claramente negativo, que pode surgir mais tarde; - O distúrbio pode coexistir com dificuldades significativas no desempenho profissional e social (pessoas com transtorno de personalidade podem ter dificuldade em colaborar com outras pessoas ou ouvir conselhos de outras pessoas).
Quais são os tipos de distúrbios de personalidade?
São distinguídos três grupos de distúrbios de personalidade, que foram agrupados com base em características comuns:
Grupo A – excentricidade, estranheza e falta de relações
Personalidade paranóica – a pessoa suspeita os outros de usá-la, prejudicá-la, mesmo que não haja evidências disso. Está sempre questionando a lealdade de amigos ou colegas. Interpretam diferentes comportamentos como insultos ocultos, escondem ressentimentos, têm dificuldade em perdoar. Ficam facilmente irritáveis e atacam em resposta a algo que percebem como um ataque à sua reputação, embora outras pessoas não vejam assim. Têm suspeitas recorrentes da infidelidade do parceiro sem evidências suficientes. Raramente procuram ajuda devido à sua desconfiança. Pacientes com esse distúrbio de personalidade são excessivamente desconfiados e convencidos de que outras pessoas querem prejudicá-los. Por isso, são reservados e relutantes em falar sobre si mesmos para os outros. Podem interpretar insultos em comportamentos e palavras que não tinham essa intenção. Além disso, pessoas com distúrbio de personalidade paranóica geralmente não estão dispostas a perdoar. Conviver com uma pessoa com personalidade paranóica pode ser difícil, porque geralmente as suspeitas de infidelidade (geralmente infundadas) são direcionadas para o parceiro.
Personalidade esquizoide – pessoas com esse tipo de personalidade são individualistas, mostram características e comportamentos asociais. Não estabelecem relações emocionais próximas (ou quaisquer outras) com outras pessoas. Preferem trabalhar e passar o tempo sozinhas, às vezes dedicando-se completamente a um hobby ou trabalho que consideram uma missão. Têm pouco interesse na vida sexual e em atividades sociais. Não têm amigos, conhecidos. Mantêm contato apenas com parentes de primeiro grau. Podem se tornar rudes e mal-humoradas se alguém - na opinião deles - perturba a sua solidão e tranquilidade. Caracterizam-se por crenças estranhas, pensamento mágico que difere das normas culturais (telepatia, sexto sentido, visualização da aura), sensações sensoriais incomuns e pensamentos atípicos (metafóricos, estereotipados, estranhos), suspeitas e características paranóides de pensamento, emoções inadequadas ou restritas. Geralmente, também ocorre ansiedade social excessiva, que não desaparece mesmo após estreitamento de relacionamentos e está relacionada à ansiedade paranóide (e não à autoavaliação negativa).
Grupo B – relações tumultuadas, emoções intensas, falta de resiliência ao estresse
Personalidade antissocial – uma pessoa com esse distúrbio de personalidade não consegue se ajustar às normas sociais. O mais importante é que não sente culpa, ou muito pouco, em relação a isso. Normalmente, engana e mente para outros a fim de alcançar seus objetivos. É impulsiva - não consegue controlar suas emoções, se irrita facilmente, e pode ser agressiva. Não se importa com riscos ou com sua própria segurança. É irresponsável, incapaz de manter um emprego constante, não paga suas dívidas. Além disso, muitas vezes abusa de substâncias psicoativas (álcool ou drogas). Uma característica importante é a perda do senso de moderação e a falta de reflexão sobre seu comportamento, incompatível com as normas sociais dominantes.
Personalidade histriônica – uma pessoa com esse distúrbio quer constantemente estar no centro das atenções, provocando emocionalmente ou sexualmente para chamar atenção para si mesma. Fala e age dramaticamente. Expõe opiniões fortes, mas não consegue fundamentá-las. Deixa-se influenciar facilmente. Suas emoções mudam rapidamente. Está muito preocupada com a aparência externa. Acredita que seus relacionamentos são mais íntimos do que realmente são. Com a necessidade constante de estar no centro das atenções, surgem comportamentos inadequados, como sedução excessiva ou carregada com subtextos sexuais. A atenção é geralmente atraída para o excesso de teatralidade no comportamento e a interpretação excessivamente íntima dos contatos interpessoais.
Personalidade borderline (entrelinhas) é um distúrbio de personalidade cada vez mais diagnosticado. Nele, existe uma linha tênue entre amor e ódio. Em um curto espaço de tempo, o humor de uma pessoa pode oscilar entre euforia e desespero extremo, e os sentimentos em relação a uma pessoa ou grupo de pessoas podem mudar drasticamente. Em um momento, uma pessoa pode declarar amor a alguém e no próximo momento atacar a pessoa com raiva e acusações. Pacientes com esse tipo de transtorno de personalidade têm tendência a comportamentos impulsivos e arriscados, como jogos de azar, abuso de substâncias e atividade sexual excessiva e arriscada. Um dos principais sintomas é o medo intenso de abandono. Geralmente, em entrevistas com pacientes com borderline, são observados relacionamentos conturbados com outras pessoas, e durante a terapia, uma imagem instável de si mesmo. As emoções são muito intensas e instáveis, e o humor desses pacientes geralmente é irritável (disfórico). O tema predominante das primeiras sessões de terapia é a persistente sensação de vazio. O paciente sente uma forte raiva por causa de dificuldades objetivamente pequenas. Eles exibem comportamentos impulsivos e autodestrutivos. Podem exibir comportamentos autolesivos e suicidas, bem como sintomas transitórios paranóides, e em situações de estresse, perdem contato com a realidade. Não são apenas os pacientes com transtorno de personalidade borderline que têm dificuldades de convivência - as pessoas próximas deles também sentem os problemas associados a esse distúrbio. O termo mais descritivo nesse caso é "do amor ao ódio". É típico desses tipos de distúrbios de personalidade a alternância de um estado emocional para outro (declarações de amor intercaladas com ataques de ódio) são difíceis de suportar para aqueles que estão em relacionamentos com o paciente e que têm uma estrutura de personalidade saudável. Com frequência, nos consultórios de terapeutas, aparecem pessoas próximas traumatizadas pelas relações "à beira do abismo".
Personalidade narcisista - uma pessoa com esse transtorno se vê na opinião dos outros "como no espelho". Adere o maior peso a sucessos, poder, amor ideal, fama como indicadores de valor. Ela exagera em seus sucessos e talentos, esperando elogios e admiração constantes. Acredita que merece tratamento especial. Não consegue interpretar as emoções de outras pessoas, falta empatia. Usa relacionamentos para seus próprios propósitos. É ciumenta e também acredita que estão com ciúmes dela. Estabelece objetivos irreais. Pode ser facilmente ferida, porque tem uma autoestima frágil e um sentimento de vazio abrangente. Com frequência abusa de substâncias psicoativas (álcool, drogas), pode sofrer de depressão, ter pensamentos e comportamentos suicidas, dificuldades nos relacionamentos familiares e em relacionamentos profissionais. Também no caso desse transtorno de personalidade, há atração de pessoas próximas. A subordinação, a falta de atenção às necessidades e sentimentos dos próximos, a expectativa constante "de estar pronta" para atender às necessidades do paciente, são a causa gradual da destruição das estruturas de personalidade e traumatização dos próximos. Nos consultórios de terapeutas, consultamos pessoas que buscam um retorno à "antiga força" após relacionamentos destrutivos com pessoas com esse tipo de transtorno de personalidade.
Grupo C – medo, timidez, evitação de relacionamentos e situações estressantes
Personalidade evitativa (ansiosa) - pessoas com esse tipo de personalidade evitam contatos sociais e sociais devido ao medo de críticas e rejeição. A base desse comportamento é sua baixa autoestima e o medo da avaliação negativa de outras pessoas. Pessoas com esse distúrbio preferem evitar relações do que correr o risco de se decepcionar por causa delas. Uma pessoa prefere trabalhar sozinha porque tem medo de críticas, falta de aprovação, de rejeição. Não se envolve em relacionamentos até ter certeza de que é amada. São reclusos em relacionamentos íntimos porque têm medo de constrangimento ou de serem ridicularizados. Elas são absorvidas pensando que serão criticadas em situações sociais. Sentem-se inadequadas em novos relacionamentos porque se sentem inadequadas. Veem a si mesmas como não adaptadas, não atraentes, piores do que os outros. Não estão dispostas a correr riscos ou tentar coisas novas, porque têm medo do fracasso.
Personalidade dependente é um distúrbio de personalidade caracterizado pela excessiva dependência de uma pessoa na idade adulta, sem uma causa clara (como má saúde, por exemplo). Pacientes têm dificuldade em expressar sua opinião e tomar decisões independentes. Eles exigem apoio, ajuda e cuidados constantes, e que as decisões sejam tomadas por eles. Eles acreditam que não conseguirão lidar sem a ajuda de outras pessoas. Caracteriza-os passividade e impotência aprendida. A pessoa precisa de muitas garantias de outras pessoas para tomar pequenas decisões na vida cotidiana. Eles precisam de outros para assumirem a responsabilidade por a maior parte de suas vidas. Eles são não assertivos (por medo de perder o apoio e a aceitação). Não conseguem iniciar projetos sozinhos, porque lhes falta autoconfiança, não motivação ou energia. Sentem-se impotentes quando estão sozinhos. Têm medo de não conseguir lidar sem o apoio de outra pessoa. Quando um relacionamento termina, eles imediatamente procuram outro. Eles estão absorvidos pelo medo da solidão e de não conseguir lidar. Os pacientes esperam suporte e cuidados contínuos de outras pessoas, e essas necessidades são tão grandes que, para serem satisfeitas, os doentes estão dispostos a suportar até mesmo o desconforto acentuado.
Personalidade anancástica - consiste em se ater excessivamente a regras rígidas, falta de flexibilidade e espontaneidade. Pessoas com esse transtorno são caracterizadas por um perfeccionismo excessivo, necessidade de controle. Isso decorre do medo de mudanças, que às vezes é tão forte que a pessoa com o transtorno de personalidade rejeita contatos sociais. O paciente está preocupado com listas, regras. Ele exibe um perfeccionismo que impede a conclusão das tarefas. Geralmente, a pessoa com o transtorno é dedicada ao trabalho, mas ao mesmo tempo exclui de sua vida cotidiana qualquer prazer e tempo livre. É excessivamente escrupuloso e patologicamente meticuloso. Seus padrões morais são rígidos e não negociáveis. Ele não consegue se livrar de coisas velhas, mesmo que não tenham nenhum valor sentimental. Ele não consegue delegar trabalho a outra pessoa, a menos que a pessoa siga seus padrões precisamente. Ele não gasta dinheiro consigo mesmo nem com os outros porque precisa economizar para um "dia chuvoso". Características distintas são a obstinação e rigidez de comportamento e normas.
É possível se curar de transtornos de personalidade?
Os prognósticos em distúrbios de personalidade variam de acordo com o tipo. Os resultados positivos do tratamento dependem, entre outras coisas, da permanência de características específicas, mas principalmente da motivação do paciente.
Deve-se tratar os transtornos de personalidade?
Definitivamente sim. Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor será o prognóstico. No caso desses distúrbios, os problemas geralmente começam na adolescência. Frequentemente, outros distúrbios são adicionados aos distúrbios de personalidade: depressão, transtornos de ansiedade, dependências, transtornos alimentares. É por isso que os pacientes geralmente procuram a ajuda de um especialista. A falta de tratamento adequado geralmente leva ao rompimento dos laços sociais e ao isolamento, piora do funcionamento profissional e em outras áreas da vida, além de aumentar o risco de suicídio.
Quais são as formas de tratamento?
O método básico para tratar os distúrbios de personalidade é a psicoterapia psicodinâmica a longo prazo. Atualmente, há cada vez mais resultados confiáveis de pesquisas que confirmam a eficácia desse procedimento. Também há relatórios sobre a utilidade de outras abordagens psicoterapêuticas, como várias modificações da terapia cognitivo-comportamental. No caso de diferentes abordagens psicoterapêuticas, enfatiza-se constantemente a importância de estabelecer um relacionamento terapêutico baseado no engajamento e confiança. Em pacientes com transtornos de personalidade, às vezes é aplicada a farmacoterapia, que, embora seja eficaz apenas para sintomas isolados, muitas vezes ajuda a controlar episódios de piora do humor e facilita a terapia psicológica.
Por que em todos os lugares dizem que a terapia psicológica é o método básico de tratamento dos transtornos de personalidade?
A ter
O surgimento de um transtorno de personalidade é uma consequência da influência de fatores biológicos, genéticos e psicossociais desfavoráveis (muitas vezes negligência e rejeição por parte dos cuidadores). Até recentemente, a atenção dos pesquisadores estava concentrada nos aspectos familiares (por exemplo, passagem desfavorável por diferentes estágios do desenvolvimento, falta de satisfação da necessidade de segurança, níveis elevados de tensão e conflito na família). Atualmente, os fatores genéticos estão despertando cada vez mais interesse. Os primeiros sintomas dos distúrbios de personalidade geralmente são observados no final da infância ou na adolescência, embora sejam diagnosticados mais frequentemente na idade adulta. Isso ocorre com base no pressuposto de que, durante a formação da psique do jovem, a capacidade de lidar construtivamente com dificuldades encontradas pode se desenvolver e as irregularidades percebidas na adolescência podem não se desenvolver em distúrbios de personalidade.
Como é feito o diagnóstico?
Mais frequentemente com base em uma entrevista psiquiátrica detalhada do paciente e, sempre que possível, de pessoas próximas. Os testes psicológicos podem ser usados como complemento. Também é necessário excluir a presença de outros distúrbios mentais ou condições mórbidas, como lesões cerebrais, que podem ser a causa de comportamentos prejudiciais.
Quando suspeitar de transtornos de personalidade em uma pessoa próxima?
Vale a pena observar se os seguintes critérios estão presentes:
- Atitudes e comportamentos nitidamente dissonantes, geralmente envolvendo muitas áreas de funcionamento, incluindo sensibilidade ou irritabilidade – pessoas com transtorno de personalidade tendem a se comportar de forma excessivamente agressiva durante uma conversa comum, podem gritar, ser exigentes; - O padrão de comportamento inadequado é duradouro e não se limita a episódios de doença mental; - O padrão de comportamento é global e claramente mal adaptado a várias situações individuais e sociais – uma pessoa com transtorno de personalidade não se conforma com normas comuns, nem presta atenção aos sentimentos dos outros em situações em que isso é esperado, por exemplo, diz palavras ofensivas a alguém em uma situação difícil da vida, em vez de oferecer apoio; - As dificuldades mencionadas sempre estão presentes na infância ou adolescência e persistem na idade adulta; - Os distúrbios levam a um sentimento claramente negativo, que pode surgir mais tarde; - O distúrbio pode coexistir com dificuldades significativas no desempenho profissional e social (pessoas com transtorno de personalidade podem ter dificuldade em colaborar com outras pessoas ou ouvir conselhos de outras pessoas).
Quais são os tipos de distúrbios de personalidade?
São distinguídos três grupos de distúrbios de personalidade, que foram agrupados com base em características comuns:
Grupo A – excentricidade, estranheza e falta de relações
Personalidade paranóica – a pessoa suspeita os outros de usá-la, prejudicá-la, mesmo que não haja evidências disso. Está sempre questionando a lealdade de amigos ou colegas. Interpretam diferentes comportamentos como insultos ocultos, escondem ressentimentos, têm dificuldade em perdoar. Ficam facilmente irritáveis e atacam em resposta a algo que percebem como um ataque à sua reputação, embora outras pessoas não vejam assim. Têm suspeitas recorrentes da infidelidade do parceiro sem evidências suficientes. Raramente procuram ajuda devido à sua desconfiança. Pacientes com esse distúrbio de personalidade são excessivamente desconfiados e convencidos de que outras pessoas querem prejudicá-los. Por isso, são reservados e relutantes em falar sobre si mesmos para os outros. Podem interpretar insultos em comportamentos e palavras que não tinham essa intenção. Além disso, pessoas com distúrbio de personalidade paranóica geralmente não estão dispostas a perdoar. Conviver com uma pessoa com personalidade paranóica pode ser difícil, porque geralmente as suspeitas de infidelidade (geralmente infundadas) são direcionadas para o parceiro.
Personalidade esquizoide – pessoas com esse tipo de personalidade são individualistas, mostram características e comportamentos asociais. Não estabelecem relações emocionais próximas (ou quaisquer outras) com outras pessoas. Preferem trabalhar e passar o tempo sozinhas, às vezes dedicando-se completamente a um hobby ou trabalho que consideram uma missão. Têm pouco interesse na vida sexual e em atividades sociais. Não têm amigos, conhecidos. Mantêm contato apenas com parentes de primeiro grau. Podem se tornar rudes e mal-humoradas se alguém - na opinião deles - perturba a sua solidão e tranquilidade. Caracterizam-se por crenças estranhas, pensamento mágico que difere das normas culturais (telepatia, sexto sentido, visualização da aura), sensações sensoriais incomuns e pensamentos atípicos (metafóricos, estereotipados, estranhos), suspeitas e características paranóides de pensamento, emoções inadequadas ou restritas. Geralmente, também ocorre ansiedade social excessiva, que não desaparece mesmo após estreitamento de relacionamentos e está relacionada à ansiedade paranóide (e não à autoavaliação negativa).
Grupo B – relações tumultuadas, emoções intensas, falta de resiliência ao estresse
Personalidade antissocial – uma pessoa com esse distúrbio de personalidade não consegue se ajustar às normas sociais. O mais importante é que não sente culpa, ou muito pouco, em relação a isso. Normalmente, engana e mente para outros a fim de alcançar seus objetivos. É impulsiva - não consegue controlar suas emoções, se irrita facilmente, e pode ser agressiva. Não se importa com riscos ou com sua própria segurança. É irresponsável, incapaz de manter um emprego constante, não paga suas dívidas. Além disso, muitas vezes abusa de substâncias psicoativas (álcool ou drogas). Uma característica importante é a perda do senso de moderação e a falta de reflexão sobre seu comportamento, incompatível com as normas sociais dominantes.
Personalidade histriônica – uma pessoa com esse distúrbio quer constantemente estar no centro das atenções, provocando emocionalmente ou sexualmente para chamar atenção para si mesma. Fala e age dramaticamente. Expõe opiniões fortes, mas não consegue fundamentá-las. Deixa-se influenciar facilmente. Suas emoções mudam rapidamente. Está muito preocupada com a aparência externa. Acredita que seus relacionamentos são mais íntimos do que realmente são. Com a necessidade constante de estar no centro das atenções, surgem comportamentos inadequados, como sedução excessiva ou carregada com subtextos sexuais. A atenção é geralmente atraída para o excesso de teatralidade no comportamento e a interpretação excessivamente íntima dos contatos interpessoais.
Personalidade borderline (entrelinhas) é um distúrbio de personalidade cada vez mais diagnosticado. Nele, existe uma linha tênue entre amor e ódio. Em um curto espaço de tempo, o humor de uma pessoa pode oscilar entre euforia e desespero extremo, e os sentimentos em relação a uma pessoa ou grupo de pessoas podem mudar drasticamente. Em um momento, uma pessoa pode declarar amor a alguém e no próximo momento atacar a pessoa com raiva e acusações. Pacientes com esse tipo de transtorno de personalidade têm tendência a comportamentos impulsivos e arriscados, como jogos de azar, abuso de substâncias e atividade sexual excessiva e arriscada. Um dos principais sintomas é o medo intenso de abandono. Geralmente, em entrevistas com pacientes com borderline, são observados relacionamentos conturbados com outras pessoas, e durante a terapia, uma imagem instável de si mesmo. As emoções são muito intensas e instáveis, e o humor desses pacientes geralmente é irritável (disfórico). O tema predominante das primeiras sessões de terapia é a persistente sensação de vazio. O paciente sente uma forte raiva por causa de dificuldades objetivamente pequenas. Eles exibem comportamentos impulsivos e autodestrutivos. Podem exibir comportamentos autolesivos e suicidas, bem como sintomas transitórios paranóides, e em situações de estresse, perdem contato com a realidade. Não são apenas os pacientes com transtorno de personalidade borderline que têm dificuldades de convivência - as pessoas próximas deles também sentem os problemas associados a esse distúrbio. O termo mais descritivo nesse caso é "do amor ao ódio". É típico desses tipos de distúrbios de personalidade a alternância de um estado emocional para outro (declarações de amor intercaladas com ataques de ódio) são difíceis de suportar para aqueles que estão em relacionamentos com o paciente e que têm uma estrutura de personalidade saudável. Com frequência, nos consultórios de terapeutas, aparecem pessoas próximas traumatizadas pelas relações "à beira do abismo".
Personalidade narcisista - uma pessoa com esse transtorno se vê na opinião dos outros "como no espelho". Adere o maior peso a sucessos, poder, amor ideal, fama como indicadores de valor. Ela exagera em seus sucessos e talentos, esperando elogios e admiração constantes. Acredita que merece tratamento especial. Não consegue interpretar as emoções de outras pessoas, falta empatia. Usa relacionamentos para seus próprios propósitos. É ciumenta e também acredita que estão com ciúmes dela. Estabelece objetivos irreais. Pode ser facilmente ferida, porque tem uma autoestima frágil e um sentimento de vazio abrangente. Com frequência abusa de substâncias psicoativas (álcool, drogas), pode sofrer de depressão, ter pensamentos e comportamentos suicidas, dificuldades nos relacionamentos familiares e em relacionamentos profissionais. Também no caso desse transtorno de personalidade, há atração de pessoas próximas. A subordinação, a falta de atenção às necessidades e sentimentos dos próximos, a expectativa constante "de estar pronta" para atender às necessidades do paciente, são a causa gradual da destruição das estruturas de personalidade e traumatização dos próximos. Nos consultórios de terapeutas, consultamos pessoas que buscam um retorno à "antiga força" após relacionamentos destrutivos com pessoas com esse tipo de transtorno de personalidade.
Grupo C – medo, timidez, evitação de relacionamentos e situações estressantes
Personalidade evitativa (ansiosa) - pessoas com esse tipo de personalidade evitam contatos sociais e sociais devido ao medo de críticas e rejeição. A base desse comportamento é sua baixa autoestima e o medo da avaliação negativa de outras pessoas. Pessoas com esse distúrbio preferem evitar relações do que correr o risco de se decepcionar por causa delas. Uma pessoa prefere trabalhar sozinha porque tem medo de críticas, falta de aprovação, de rejeição. Não se envolve em relacionamentos até ter certeza de que é amada. São reclusos em relacionamentos íntimos porque têm medo de constrangimento ou de serem ridicularizados. Elas são absorvidas pensando que serão criticadas em situações sociais. Sentem-se inadequadas em novos relacionamentos porque se sentem inadequadas. Veem a si mesmas como não adaptadas, não atraentes, piores do que os outros. Não estão dispostas a correr riscos ou tentar coisas novas, porque têm medo do fracasso.
Personalidade dependente é um distúrbio de personalidade caracterizado pela excessiva dependência de uma pessoa na idade adulta, sem uma causa clara (como má saúde, por exemplo). Pacientes têm dificuldade em expressar sua opinião e tomar decisões independentes. Eles exigem apoio, ajuda e cuidados constantes, e que as decisões sejam tomadas por eles. Eles acreditam que não conseguirão lidar sem a ajuda de outras pessoas. Caracteriza-os passividade e impotência aprendida. A pessoa precisa de muitas garantias de outras pessoas para tomar pequenas decisões na vida cotidiana. Eles precisam de outros para assumirem a responsabilidade por a maior parte de suas vidas. Eles são não assertivos (por medo de perder o apoio e a aceitação). Não conseguem iniciar projetos sozinhos, porque lhes falta autoconfiança, não motivação ou energia. Sentem-se impotentes quando estão sozinhos. Têm medo de não conseguir lidar sem o apoio de outra pessoa. Quando um relacionamento termina, eles imediatamente procuram outro. Eles estão absorvidos pelo medo da solidão e de não conseguir lidar. Os pacientes esperam suporte e cuidados contínuos de outras pessoas, e essas necessidades são tão grandes que, para serem satisfeitas, os doentes estão dispostos a suportar até mesmo o desconforto acentuado.
Personalidade anancástica - consiste em se ater excessivamente a regras rígidas, falta de flexibilidade e espontaneidade. Pessoas com esse transtorno são caracterizadas por um perfeccionismo excessivo, necessidade de controle. Isso decorre do medo de mudanças, que às vezes é tão forte que a pessoa com o transtorno de personalidade rejeita contatos sociais. O paciente está preocupado com listas, regras. Ele exibe um perfeccionismo que impede a conclusão das tarefas. Geralmente, a pessoa com o transtorno é dedicada ao trabalho, mas ao mesmo tempo exclui de sua vida cotidiana qualquer prazer e tempo livre. É excessivamente escrupuloso e patologicamente meticuloso. Seus padrões morais são rígidos e não negociáveis. Ele não consegue se livrar de coisas velhas, mesmo que não tenham nenhum valor sentimental. Ele não consegue delegar trabalho a outra pessoa, a menos que a pessoa siga seus padrões precisamente. Ele não gasta dinheiro consigo mesmo nem com os outros porque precisa economizar para um "dia chuvoso". Características distintas são a obstinação e rigidez de comportamento e normas.
É possível se curar de transtornos de personalidade?
Os prognósticos em distúrbios de personalidade variam de acordo com o tipo. Os resultados positivos do tratamento dependem, entre outras coisas, da permanência de características específicas, mas principalmente da motivação do paciente.
Deve-se tratar os transtornos de personalidade?
Definitivamente sim. Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor será o prognóstico. No caso desses distúrbios, os problemas geralmente começam na adolescência. Frequentemente, outros distúrbios são adicionados aos distúrbios de personalidade: depressão, transtornos de ansiedade, dependências, transtornos alimentares. É por isso que os pacientes geralmente procuram a ajuda de um especialista. A falta de tratamento adequado geralmente leva ao rompimento dos laços sociais e ao isolamento, piora do funcionamento profissional e em outras áreas da vida, além de aumentar o risco de suicídio.
Quais são as formas de tratamento?
O método básico para tratar os distúrbios de personalidade é a psicoterapia psicodinâmica a longo prazo. Atualmente, há cada vez mais resultados confiáveis de pesquisas que confirmam a eficácia desse procedimento. Também há relatórios sobre a utilidade de outras abordagens psicoterapêuticas, como várias modificações da terapia cognitivo-comportamental. No caso de diferentes abordagens psicoterapêuticas, enfatiza-se constantemente a importância de estabelecer um relacionamento terapêutico baseado no engajamento e confiança. Em pacientes com transtornos de personalidade, às vezes é aplicada a farmacoterapia, que, embora seja eficaz apenas para sintomas isolados, muitas vezes ajuda a controlar episódios de piora do humor e facilita a terapia psicológica.
Por que em todos os lugares dizem que a terapia psicológica é o método básico de tratamento dos transtornos de personalidade?
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