Meditação e dinheiro

De que forma a prática da meditação, não apenas a meditação sentada, mas também a prática da consciência plena na vida cotidiana, pode ajudar na conquista da independência e até mesmo da liberdade financeira? A maioria das pessoas associa a prática meditativa aos monges budistas, que geralmente mendigam comida e não têm nada a ver com dinheiro. Claro, de vez em quando lemos na mídia que os Beatles, Madonna, Steve Jobs e outros ícones da mídia, grandes celebridades, empresários, pessoas de grande sucesso mundial em diversas áreas praticam meditação... Pensamos que seja apenas uma forma de autopromoção, ou uma fantasia, e na verdade a meditação atrapalha o sucesso material. No entanto, Hermann Hesse estava certo ao colocar seu Sidarta metafórico, Buda, em um certo momento, após treinar meditação com sadhus nômades, gurus e mestres da ascese, como auxiliar e depois como principal empresário comercial. Graças às propriedades de sua mente, esculpidas pela prática sistemática e persistente da meditação, Sidarta alcança sucesso extraordinário nos negócios e desfruta de luxo e um estilo de vida indulgente. Como resultado, ele também percebe isso como uma ilusão, mas o ponto é que a meditação de forma alguma impede o sucesso material, mas na verdade até ajuda! Como isso acontece? Vêm à mente várias camadas dessa conexão e certamente não esgotarei esse assunto interessante. Talvez você possa apontar outros mecanismos sobre os quais não falei. Sinta-se convidado(a) a comentar e compartilhar suas reflexões sobre esse fascinante tema abaixo deste post. A meditação aumenta nossa capacidade de resolver problemas de forma criativa, uma mente tranquila tem mais facilidade em ter ideias criativas e fazer descobertas. Psicólogos descobriram que a base da criatividade está na capacidade de brincar com ideias, imagens e conceitos, que são domínio do subconsciente. As crianças são naturalmente criativas, pois têm mentes que ainda não foram moldadas pelos limites do chamado pensamento sensato. À medida que os adultos amadurecem e são educados, inserindo-se na sociedade, eles perdem essa capacidade. Pelo menos a grande maioria dos adultos. A meditação nos ensina a ter uma distância em relação ao processo de pensamento, muitas vezes durante a meditação a mente sensata simplesmente se cala. Nesse silêncio meditativo, é mais fácil percebermos ou escutarmos a voz suave do subconsciente, a voz da intuição e da mente surrealista, que pensa de forma diferente de nós na vigília. Isso se manifesta sob a forma de imagens estranhas, associações e às vezes até visões hipnagógicas. Estas últimas surgem quando o cérebro está em ritmo theta, ainda mais lento que o alfa, característico de um estado de relaxamento muito profundo. A meditação nos leva justamente a esse estado, como mostraram estudos com meditadores utilizando eletroencefalograma. A criatividade, a capacidade de resolver problemas, ter ideias, muitas vezes estão na base do mundo dos negócios. É preciso ter ideias para um produto, um serviço que facilite a vida das pessoas e pelo qual elas estejam dispostas a pagar por ele. É preciso ter ideias de como anunciá-lo, como vendê-lo, etc. A meditação, assim como outros estados alterados de consciência, como os estados limítrofes entre o sono e a vigília, estados hipnagógicos, sonhos lúcidos, e até mesmo experiências sob o efeito de substâncias psicodélicas, podem ajudar muito nisso. Por isso que Steve Jobs, fundador da Apple, que produz iPhones, experimentou LSD na juventude e meditava ao longo da vida. Por isso que Thomas Alva Edison, Nikola Tesla, Salvador Dalí, Larry Page, criador da Google, deliberadamente entravam em um leve sono entre o sono e a vigília, quando as melhores ideias vinham à mente. Uma grande quantidade de obras de arte, canções, descobertas científicas, matemáticas, químicas, uma enorme quantidade de produtos, dispositivos e soluções tecnológicas, devem seus créditos aos sonhos, o sono e ao profundo relaxamento. As histórias de Dmitri Mendeleev, que viu a tabela periódica dos elementos em um sonho, de August Kekulé, que também descobriu a estrutura de benzeno em um sonho, o que foi o início da química orgânica, a história de Elias Howe, que inventou a máquina de costura em um sonho, de Paul McCartney, que ouviu a música Yesterday completa em um sonho, apenas precisando escrevê-la, são apenas uma pequena parte desse tipo de eventos. A meditação, como demonstraram os estudos, facilita a conexão com o potencial criativo do subconsciente. O mundo dos negócios é baseado nisso. A intuição também é necessária para acertar nas escolhas de investimento. Onde investir seu dinheiro, mesmo que em pequenas quantidades, para obter o maior retorno. Em ações, e quais ações, ou em títulos, imóveis, commodities, moedas, etc. Aqui é necessário concentração, a capacidade de avaliar racionalmente a realidade e a liberdade da influência das emoções. Emoções, ou seja, ganância e medo, são péssimas conselheiras nos investimentos. Infelizmente, a grande maioria das pessoas sucumbe a elas e é por isso que a maioria perde. Elas também sucumbem à influência do meio social, se deixam levar pelas emoções dos outros. Investem em fundos, imóveis, ouro, quando todos na rua estão se gabando de grandes lucros. Investem no chamado topo. E então chega uma crise e o medo toma conta. E novamente todos gritam que vai cair ainda mais, que a bolsa está chegando ao fim e o fim do mundo está próximo. E é nesse momento de pânico que eles vendem tudo a preço de banana, o que ainda lhes resta no mercado. Entregam-se às emoções. É muito difícil manter a calma, a independência de pensamento. A meditação nos ensina a ter uma distância de nossos pensamentos e emoções. Treinamos a calma e a visão imparcial. Apenas pura consciência, sem julgamentos. Isso ajuda muito a manter a distância também nos investimentos, não se deixar levar pelas emoções, apenas pela avaliação racional da realidade, e até mesmo pela intuição. Alguns pesquisadores afirmam que essa intuição se assemelha à clarividência. Bem, mas este é um tema para outra ocasião. De qualquer forma, as emoções obscurecem a intuição e as pessoas frequentemente as confundem. Elas dizem: minha intuição me diz para vender tudo, e na verdade é apenas medo. Minha intuição me diz que agora é a hora de comprar, e é apenas ganância. A meditação nos liberta da identificação com as emoções e nos ajuda a tomar melhores decisões. Temos um melhor contato com a realidade. Conheço alguns exemplos de pessoas que atuam ativamente em vários mercados, inclusive em mercados arriscados como o Forex, que praticam meditação justamente para manter a clareza mental e libertar-se das emoções durante as negociações. Eles afirmam que isso realmente os ajuda. Eu não sou um investidor ativo, ou seja, um especulador, mas o tema de investimentos a médio e longo prazo não é estranho para mim e posso confirmar que a calma e a avaliação racional da realidade realmente ajudam a tomar melhores decisões. Acredito também que a intuição desempenha um papel não negligenciável aqui, mesmo que a pessoa não admita isso para si mesma. Essa é a minha experiência de vida. Se alguém questiona isso, tudo bem, é um direito dele. Cada um vive, pensa e percebe a realidade à sua maneira. E já que estamos falando de investimentos a longo prazo, uma das maneiras mais eficazes e fáceis de alcançar a riqueza é investir sistematicamente em instrumentos diversificados negociados em bolsa. Refiro-me a fundos de índices, que nos últimos 100 anos renderam (falamos sobre bolsas americanas) uma média de 7% de lucro acima da inflação. Parece pouco, mas se considerarmos um horizonte de 20 ou 30 anos e o chamado juro composto, ou seja, reinvestir os lucros e não gastá-los, veremos que surpreendentemente muitos milionários nos EUA ou na Europa Ocidental são pessoas comuns, não grandes empresários excepcionais, que regularmente guardaram uma certa quantia de dinheiro e limitaram seu consumo. A meditação nos ensina a encontrar satisfação em experiências simples, aprofunda nossa sensibilidade. Uma pessoa que medita regularmente e consegue se libertar da identificação com a mente, consegue apreciar um simples passeio, o sabor de um café, um banho quente, um encontro com amigos, sexo, ouvir música, ler um bom livro e outras experiências cotidianas. A mente do meditador consegue obter uma satisfação profundamente profunda dessas experiências. Ela não precisa degustar o melhor uísque por mil dólares a garrafa, viajar para férias exóticas no Queen Mary 2, dirigir um novo Mercedes, ir a festas com estrelas e celebridades, etc., para sentir que está vivendo. Ela tem um profundo sentimento de satisfação com a vida e uma sensação de liberdade interior, que não precisa impressionar ninguém. Ela não precisa morar em um apartamento que não pode pagar, dirigir um novo Porsche Cayenne com leasing, para que outros a admirem e sintam inveja dela. Ela não se importa com as caras torcidas de inveja e ciúme das outras pessoas. Isso economiza realmente uma grande quantidade de dinheiro, que pode ser investida e, em um certo momento, esse dinheiro começa a trabalhar para você, e não você para o dinheiro. A meditação limita, portanto, as necessidades, as necessidades de consumo artificiais e estúpidas. E isso é uma das condições para acumular patrimônio. Quando comecei minha vida adulta, tinha amigos que ganhavam até mais do que eu, como músicos, mas ao mesmo tempo gastavam três vezes mais do que eu. Eu vivia de forma simples, mas isso me dava uma grande alegria de viver, não sentia que estava me privando de algo, simplesmente não era necessário para mim, e investia o excedente em ações e imóveis. Hoje sou financeiramente independente, ou seja, não preciso trabalhar há alguns anos para levar meu estilo de vida. Eles estão preocupados com seu futuro e emprego, que precisam para viver. Repare que mesmo as pessoas mais ricas do mundo, como Warren Buffet, levam uma vida relativamente simples, assim como o criador da IKEA, Ingvar Kamprad. Mesmo em 2014, seu patrimônio foi estimado em 40 bilhões de dólares, o dono da IKEA vivia em uma casa pequena, dirigia um carro Volvo cansado, viajava em vôos regulares, comia de forma simples, ficava em hotéis baratos, etc. Para ele, essa característica, combinada com meticulosidade, persistência e um certo grau de teimosia, foi a chave para seu grande sucesso. Talvez esse último exemplo seja um pouco exagerado, mas você entende o que quero dizer. A meditação ajuda a acumular riqueza ao racionalizar as necessidades. Essa distância em relação aos próprios pensamentos e emoções, desenvolvida durante a prática da meditação, uma distância saudável, não tem nada a ver com a patológica dissociação da personalidade, despersonalização, da psiquiatria, é algo totalmente diferente, esse distanciamento meditativo, sereno, satisfatório e de aceitação suave, libera também das resistências do subconsciente. Isso ajuda muito a enfrentar o medo do fracasso, a baixa autoestima, a falta de fé em si mesmo, as objeções, os impedimentos, a procrastinação, ou seja, adiar a ação, e a chamada preguiça. Por trás de tudo isso estão emoções negativas e os pensamentos que as acompanham. A prática da meditação nos permite perceber essas emoções e pensamentos inconscientes como ilusórios, como apenas pensamentos e crenças que não têm relação com a realidade. Livra-nos do controle dessas partes complexadas ou amedrontadas do subconsciente e nos permite agir. A própria ação, aqui e agora, é o mais importante. Só vale este momento. Concentramos nossa atenção na ação, e não nas emoções que a acompanham. Mesmo diante de resistências, seguimos o treinamento, a venda, o trabalho, etc. Por isso a meditação sempre foi um elemento integral das artes marciais do Extremo Oriente, onde é necessário um treinamento árduo, difícil e de longo prazo. Sem essa persistência, sem a distância em relação às resistências do subconsciente, que a meditação nos ensina, ninguém seria capaz de suportar. Isso é muito útil na vida, desde o emagrecimento e a manutenção da dieta, até a superação das resistências ao contato com os outros, passando pela aprendizagem sistemática, o trabalho e os negócios. A ação leva ao sucesso, não a se entregar a fantasias durante a consciência errante. A meditação não é uma fuga da realidade, a meditação é um contato muito próximo com a realidade. A capacidade de se concentrar na experiência atual aqui e agora, às vezes durante a atividade, trabalho, estudo, transforma-se em um estado de fluxo, ou seja, fluxo. É um estado excepcional de inspiração, quando o trabalho flui facilmente, tudo acontece naturalmente, o tempo desaparece, o mundo some, há apenas a ação. Isso foi mostrado de forma brilhante no filme "O Poder do Silêncio" com Nick Nolte de 2006. Eu realmente recomendo. Depois de assistir a esse filme, você entenderá ainda melhor do que estou falando. Então, como você pode ver, a meditação pode ajudar de várias maneiras para o sucesso material e financeiro. Ela desenvolve a intuição e a capacidade criativa de resolver problemas, liberta da influência da ganância e do medo, limita as necessidades de consumo e facilita a superação das resistências à ação. Certamente existem outras conexões entre a prática da meditação e o sucesso financeiro. Se vierem à sua mente, compartilhe nos comentários.